por Taís Vargas
Na noite de sexta-feira (07), as Comissões de Educação e Orçamento e Finanças da Câmara Municipal realizaram Audiência Pública, no salão de atos da Escola Estadual Padre Efrem, para debater o possível encerramento das atividades do projeto Florescer/Ceava, após declarações da Administração Pública sobre o assunto. O projeto beneficia atualmente cerca de 170 crianças no município com atividades que vão desde a prática de esportes ao artesanato.
Estavam presentes na Audiência representando o poder executivo, o secretário geral de governo Gilmar Boeira, o secretário de desenvolvimento social, Araci da Silva Almeida e o secretário de planejamento e urbanismo, João Alfredo Acauan Filho. Durante a reunião eles esclareceram que o projeto não será encerrado, mas sofrerá mudanças em seu formato.
REFORMULAÇÃO DO PROJETO
Segundo o secretário, João Acauan o Ceava continuará suas atividades normalmente, já o Florescer será substituído pelo “Projeto Reação”, que disponibilizará 200 vagas para crianças de 04 à 05 anos no mesmo local em que realiza suas atividades. O novo projeto será coordenado por Jaime Perin e também será realizado nas escolas Bernardina Rodrigues Padilha, Juventina Morena de Oliveira, Inácio de Souza Pires e na antiga sede da Guarda Municipal. Acauan ainda salienta que as crianças a serem beneficiadas deverão passar por um cadastramento para maior controle do programa social que visa beneficiar famílias de baixa renda.
IMPASSE ENTRE PAIS E O EXECUTIVO
Diante das explicações os pais dos alunos que frequentam o Florescer demonstraram seu descontentamento com as propostas do executivo, como a retirada do almoço oferecido passando a ofertar apenas o lanche, a dificuldade de deslocamento e a preocupação com a falta de espaço e estrutura para a realização das atividades nas escolas que receberão os alunos.
“Se vocês colocarem 170 crianças na rua vocês terão vaga para 600 onde? Eu moro no Seminário e os meus filhos frequentam a escola da Municipal. Tem um colégio em construção há duas quadras da minha casa que deveria estar pronto até o ano que vem e nada. É uma obra grande e que abrigaria muitas crianças”, salienta Daiane Reis, mãe de dois alunos que frequentam o projeto.
Éder Camargo também é pai de um aluno e ponderou a questão da alimentação oferecida as crianças que frequentam o Florescer: “Muitas crianças fazem as únicas refeições do dia que são o café da manhã e o almoço ali e aí vocês dizem que vão espalhar o projeto por esses bairros e vai ter apenas um lanche para as crianças para diminuir custos?”, questiona Éder.
A presidente da comissão de educação, vereadora Selmari Etelvina Souza da Silva(PT), ponderou alguns aspectos, como a estrutura das salas de aula que receberão as crianças a partir de março de 2019 e a contratação de novos monitores que seriam necessários para os quatro lugares que abrigarão o projeto. A vereadora demonstra ainda preocupação com as crianças que sofrerão dificuldades para se deslocar até outros pontos da cidade.
O QUE FICA DECIDIDO
Durante a reunião não houve consenso sobre o futuro do projeto e diante do impasse decidiu-se pela criação de uma Comissão composta por seis pais que deverão reunir-se novamente com o executivo, em data a ser previamente marcada, para que juntos decidam como as atividades serão realizadas. Os pais agora reivindicam a continuidade do projeto Florescer no Centro Educacional Dom Orlando Dotti por mais um ano.
“A Câmara esteve hoje representada por alguns vereadores e nossa função nesta Audiência foi a de mediar esta conversa entre a comunidade e o executivo que compareceu para dar as suas explicações,” comenta Fernando Lucena Maciel (PDT), relator da Comissão de Educação.
Também estavam presentes o presidente da comissão de orçamento vereador, Aldo da Silva (PT) e os vereadores Marcelo Dondé (PP) membro da comissão de orçamento e o Valmir Grazziotin (PDT), membro da comissão de educação.