VACARIA INAUGURA A SALA DAS MARGARIDAS E RECEBE VISITA DO LEGISLATIVO
Data de publicação
14/04/2021
Data de atualização
14/04/21 02:28:49
Esse novo espaço vem para agregar o trabalho já desenvolvido na central de polícia para acolher as mulheres vítimas de violência.
por Aline Reis
A Polícia Civil inaugurou em Vacaria a Sala das Margaridas. O espaço serve para a realização de atendimento das mulheres vítimas de violência na cidade e região. A cerimônia de inauguração fez alusão às comemoração do Dia Internacional da Mulher.
A Sala das Margaridas é um espaço reservado, privativo e acolhedor, onde são registradas ocorrências policiais, oitivas das vítimas, bem como o pedido de medidas protetivas e demais ações que fazem parte da Lei Maria da Penha. A sala fica longe do plantão policial, dando mais comodidade e evitando qualquer contato da vítima com seu agressor, familiares do mesmo ou demais pessoas, a fim de impedir exposição da vítima.
Os profissionais foram capacitados para fazer um atendimento mais humanizado, visto que a mulher está em um momento frágil, então procurou-se oferecer este ambiente mais preparado para que ela se sinta confortável e à vontade para relatar sobre a violência sofrida.
Além da sala para o atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica, a Delegacia conta com um espaço kids, montado pelos próprios profissionais, direcionado às crianças que acompanham suas mães. Os brinquedos foram doados pelos próprios profissionais. Entretanto, esse espaço não é só para as crianças das vítimas de violência doméstica, os filhos que acompanham os pais para fazer quaisquer tipos de registros na delegacia podem usufruir desse ambiente.
A vereadora Selmari Etelvina Souza da Silva (PT), procuradora da Procuradoria Especial da Mulher, visitou o espaço a fim de conhecer o funcionamento e o trabalho das inspetoras Silvia Cristina Martins Jacques, Greice Soares Golin (em licença-maternidade) e a escrivã Dominique Cândido Peruchin de Souza.
A Procuradoria Especial da Mulher, órgão da Câmara Municipal, foi criado no ano de 2017, oriundo de um Projeto de autoria da própria vereadora Selmari da Silva, com o objetivo de auxiliar a rede de proteção no combate à violência doméstica e em campanhas em defesa dos direitos da mulher.
Vacaria conta com uma Rede de Proteção bem articulada e organizada, contando com o Posto de Atendimento à Mulher Vítima de Violência, Coordenadoria Municipal de Política para as Mulheres e a Promotoria de Justiça, o que facilita o trabalho desde o registro da ocorrência na delegacia. Durante o atendimento já é possível tratar sobre o abrigamento da vítima, caso ela não tenha para onde ir, passagem de ônibus para o retorno da mesma para sua cidade natal, agilidade em medidas protetivas e demais trâmites, e isso é possível devido à organização da Rede de Proteção à Mulher. “A gente procura resolver outras questões também que vão auxiliar elas né, não só na questão criminal, mas que possamos dar um aporte.” - destaca a inspetora de polícia, Silvia Cristina Martins Jacques.
“Trabalhamos com a parte criminal e geralmente o que a mulher precisa vai além do nosso poder, da nossa capacidade, mas com as ferramentas que temos, tentamos encaminhar da melhor forma possível para os órgãos adequados e necessários.” - complementa a escrivã Dominique Cândido Peruchin de Souza.
Segundo levantamento feito pelas agentes, ao contrário do cenário nacional de violência doméstica que cresceu excessivamente com a pandemia do Novo Coronavírus, Vacaria não apresentou números elevados de ocorrências. Segundo a inspetora Silvia, no ano de 2019, foram expedidas 593 medidas protetivas, 1272 registros de ocorrências e 796 inquéritos instaurados. No ano de 2020, foram 445 medidas protetivas expedidas, 1901 registros de ocorrências e 791 inquéritos instaurados. Neste ano, até a primeira quinzena do mês de março, foram 118 medidas protetivas, 239 ocorrências e 168 inquéritos instaurados.
Para Silvia e Dominique, esse novo espaço vem para agregar o trabalho já desenvolvido na central de polícia, e esperam que sirva de motivação para a mulher denunciar a violência, que ela possa se sentir segura em chegar na delegacia e ter esse local mais privativo e acolhedor, pois o atendimento nesses casos tem de ser diferenciado.